Para quem gosta de ler, escrever e já está matriculado em algum curso de graduação, um concurso literário que vai oferecer como prêmio principal um carro!
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma da 1ª
conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre
achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conetivos e agentes da passiva,
o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Boa noite, queridas
cumbuquinhas para chá! Hehehe...
Conforme prometi, um
artigo que fala sobre Predicativo do Objeto. Sei que parece um tema complicado
e, por vezes, de difícil compreensão e reconhecimento. Porém, com um pouco de
atenção, dedicação e exercícios podemos sanar nossas dúvidas.
Primeiramente,
precisamos mencionar que o Predicativo do Objeto é uma característica atribuída
ao objeto (direto ou indireto), ou seja, um termo que se liga somente ao
complemento verbal, aparecendo junto de verbos chamados Transobjetivos
(pesquisem sobre esse tipo de verbo).
a) O público considerou
a atitude do cantor ousada.
b) Chamei a ele de perverso.
c) As mulheres julgam
os homens insensíveis.
Observem os três
exemplos acima: em todos eles, há a ocorrência de Predicativos do Objeto. Algumas
dicas que ajudam a identificar esse termo:
1) Quase sempre ele
pode ser deslocado para qualquer parte do predicado, sem modificar o sentido da
oração (faça o teste com as orações anteriores);
2) São sempre
características atribuídas, nunca inerentes (fato que os difere dos Adjuntos
Adnominais);
3) Troque o objeto
direto das orações por um pronome oblíquo correspondente e perceberá que o
sentido não será alterado (O público considerou-a ousada / Chamei-lhe de
perverso / As mulheres julga-nos insensíveis);
Com isso, tenho certeza
de que poderão identificar esse termo com facilidade e sem medo de serem
felizes!
Sem dúvida, o artigo
deixou vocês contentes!
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
<www.soportugues.com.br>.
Banco de dados. Acesso em: 23 mar 2014.
MOURA, F. Gramática aplicada ao texto: com todas as
resoluções comentadas. 7. ed. Brasília: Editora Vestcon, 2007.
PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. 4.
ed. 11. imp. São Paulo: Editora Ática, 2007.
Hoje foi falar de todos
os tipos de objetos diretos e indiretos que existem na face da Terra da Língua
Portuguesa! Hehehe...
Sei que é muita coisa
para ser lembrada e estudada para o vestibular da UnB, porém, como é um assunto
recorrente nas provas, preciso dissertar e comentar sobre ele.
a) Os deputados
aprovaram a lei.
b) Pediremos ajuda ao professor.
c) Quero uma vaga na
UnB. Vou conquistá-la com muita
dedicação e estudos.
d) Obedeci-lhe, porque se trata do meu chefe.
e) Os alunos, dão-lhes pouca credibilidade.
f) Provei da torta.
g) O empresário deu-se férias de alguns dias.
h) Esqueci-me de pagar a conta de luz.
i) Roubaram-lhe a carteira com todos os
documentos.
No primeiro e no
terceiro caso, temos o objeto direto clássico, ora formado com um substantivo,
ora formado com um pronome oblíquo. Nos segundo e quarto casos, são objetos
indiretos, feitos da mesma forma que os anteriores (substantivo e pronome,
respectivamente).
Na quinta ocorrência,
temos o nosso objeto pleonástico (e, nesse caso, objeto indireto pleonástico),
ou seja, aquele que aparece propositalmente duas vezes, sendo uma como termo
topicalizado e outra como complemento pronominal.
No caso seguinte, surge
o objeto direto preposicionado. Percebam: eu poderia fazer “Provei a torta”,
porém, optei por dar outro sentido ao verbo, mantendo-lhe sua transitividade
como direta.
Seguindo, temos o
famoso objeto direto reflexivo (sujeito que pratica e sofre a ação verbal) e o
pronome fossilizado, ou também chamado de parte integrante do verbo (na
construção do verbo, é necessário se utilizar o pronome).
Por fim, temos o
chamado objeto indireto dativo de posse, ou seja, apenas uma partícula que
realça a ação ocorrida. Experimente trocar esse “lhe” por “sua” e perceba que o
sentido é o mesmo (não confunda isso com objeto pleonástico!).
Sendo assim, percebam a
quantidade de complementos verbais que podem ser utilizados, cada um
expressando um sentido diferente.
Obviamente, em se
tratando de vestibular, a tendência é que sejam cobrados os tipos menos comuns
(os cinco últimos). Contudo, vale a pena estudar todos!
Atendendo a milhares de
pedidos (hehehe), vou explicar esse tal de objeto direto pleonástico.
A palavra pleonasmo
significa repetição desnecessária, redundância, que poderia ser evitada, como
em “Entrar para dentro”, ou “Sair para fora”, ou “O escritor escreveu”...
Enfim, pode-se evitar esse tipo de construção na escrita em sua modalidade
padrão ou culta.
O Objeto (Direto ou
Indireto), por sua vez, é um complemento que aparece junto ao verbo com ou sem
a necessidade de preposição.
Quando combinamos as
duas coisas, temos o que podemos chamar de Objeto Direto Pleonástico ou Objeto
Indireto Pleonástico. Observem:
a) Os garotos, vi-os
subindo no telhado da casa (ou vi eles –
uso popular);
b) Às mulheres, nós homens agradamos-lhes (ou agradamos a elas
– uso popular);
c) Um presente, o garoto pediu-o
ao Papai Noel ou;
d) Ao Papai Noel, o garoto pediu-lhe
um presente.
Ou seja, temos um termo
que foi separado por vírgulas (recordamos o assunto de Topicalização), o qual funciona
como complemento do verbo da oração, porém esse termo é retomado de maneira
pleonástica, repetitiva após a vírgula. Percebam que na primeira oração, por
exemplo, poderíamos escrevê-la assim: “Vi os garotos subindo no telhado de casa”,
ou seja, sujeito + verbo + complemento.
E por que foram
escritas assim? Apenas para se dar ênfase na palavra destacada, colocando-a em
evidência. Esse tipo de escrita é muito comum na publicidade, ou em textos
literários.
Nossa língua, é tão
fácil utilizá-la (utilizar ela)!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<www.soportugues.com.br>.
Banco de Dados. Acesso em: 16 mar. 2014.
MOURA, F. Gramática aplicada ao texto: com todas
as resoluções comentadas. 7 ed. Brasília: Ed. Vestcon, 2007.
Bom, vou retomar um
tema que já havia mencionado em algum artigo anterior.
Esta propaganda do
governo federal apresenta, conforme foi dito antes, duplo sentido:
a) “Crack, é possível
vencê-lo” ou “Crack, é possível vencer ele”, ou seja, como se “Crack” fosse um
complemento do verbo vencer, daí poderíamos reescrever esse termo como “É
possível vencer o Crack”;
b) “Crack, é possível
vencer” (na vida, sem usar a droga etc.), ou seja, o verbo “vencer” seria intransitivo
e o que fosse colocado após ele seria adjunto adverbial.
Existe uma situação no
Brasil que foge à regra de que a sintaxe correta do português é “Sujeito-Predicado”,
chamada “Topicalização” ou “Estrutura Tópico-comentário”.
Consiste em destacar
uma palavra, separando-a ou não com vírgula à esquerda, e construindo-se a
oração com predicado. Observe:
1) O relógio, o
ponteiro quebrou;
2) O Brasil, ele saiu
da crise;
3) O rato, o gato
comeu;
4) O carro furou o
pneu.
Vejam que todas as
orações acima foram construídas em forma de tópicos (“o assunto principal”) e o
que aparece depois é chamado de comentário. Há possibilidade de se realizar
essa construção com outros termos da oração, como, por exemplo, adjuntos
adverbiais (Faço esse trajeto constantemente. / Constantemente, faço esse
trajeto).
No trecho “Crack, é
possível vencer”, a primeira palavra está em forma de tópico e o que aparece
depois é, pois, o comentário. Dessa forma, numa primeira leitura, não
percebemos essa ambiguidade, porém, refletindo-se sobre essa particularidade, é
possível perceber essa característica. Com isso, podemos afirmar que há, pelo
menos, duas formas de se construir esse tipo de oração no Português Brasileiro.
Agora, observem esta
outra propaganda:
Nessa divertida e
criativa propaganda, ao final, diz-se a seguinte oração:
A CADA UM MINUTO,
QUATRO COISAS VENDEM
Bom, a princípio, essa
frase não apresenta problema, pois o sentido expresso por ela está claro e o
objetivo comunicativo foi alcançado. Porém, ao utilizarmos a teoria
anteriormente citada sobre “Topicalização”, observamos características que são
parecidas, ou seja, um tópico inicial separado por vírgula e um comentário
depois.
No entanto, percebemos
que a topicalização acontece, geralmente, quando se desloca o sujeito, ou seja,
essa oração deveria estar topicalizada assim: “Quatro coisas, vendem a cada um
minuto”, ou “Quatro coisas, a cada minuto vendem”. Verificamos, então, que na
oração usada na propaganda, o que está topicalizado é o adjunto adverbial de
tempo (a cada um minuto).
Poderíamos, assim,
reescrever esse termo de duas formas diferentes, utilizando-nos da chamada “Voz
Passiva”, ou seja:
a) A cada um minuto,
quatro coisas são vendidas (formando voz passiva analítica), ou;
b) A cada um minuto,
vendem-se quatro coisas (formando voz passiva sintética).
Daí vocês se perguntam
e me perguntam: por que isso não foi feito? Primeiramente, porque se trata de
linguagem publicitária, que exige uma rapidez e uma objetividade típicas desse
tipo de gênero. Em segundo lugar, porque, sonoramente, não ficaria tão
interessante cantar essa oração da forma como fiz anteriormente. Experimente
fazer isso... De fato, não soaria da mesma forma.
Enfim, nossa conclusão é
a de que a linguagem é como nossa roupa: utilizamo-la de formas diferentes,
dependendo do objetivo a ser alcançado, ou do contexto no qual nos encontramos.
O Português Brasileiro, não é difícil aprender! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 100 Mitos da Linguagem. In.: Revista Língua Portuguesa. Ano 9. Número 100 São Paulo: Editora Segmento, fev 2014, p. 32. PERINI, M. Gramática Descritiva do Português. 4. ed. 11. impr. São Paulo: Editora Ática, 2007.